terça-feira, 21 de junho de 2011

surfe

Desconsertada
Desconcentrada
Centrada em um desvio de mim mesma
Palavra que corre solta
Pensamentos que escapam
Não penso em desistir
Mas no momento parece difícil lutar
Acho melhor abrir um livro e flutuar
Quem sabe volte logo e tome o prumo
Sossego o desvario
Pode ser que demore e eu me perca no caminho de volta
Talvez perdida encontre o barco e retorne ao porto
Não posso fugir disso que me toma

quarta-feira, 1 de junho de 2011


Acordei de um susto. Levantei e a primeira coisa que fiz foi me certificar de que meu coração ainda estava batendo. O dia foi longo e cansativo o ritmo forçado tinha acelerado demais meu pobre coraçãozinho. Acordei de um susto, durante a noite e percebi que as coisas estavam diferentes. Meu peito vazio, um buraco. Era como se o aquela aceleração tivesse cessado, mas ao mesmo tempo algo doía dentro do buraco no peito. Era como se tivessem cavado um buraco no meu peito. Pensei que talvez tivesse exagerado na janta e, desarranjado de vez aquele pobre relógio que batia incessante, descompassando e compassando minha existência. Despertei triste, desacelerada, com medo. Imaginei que talvez tivesse chegado a hora de atravessar a ponte da saudade. Olhei para o lado me certificando que tudo continuava do mesmo jeito. Será que a derradeira é realmente como alguns acreditam; em um primeiro momento,da mesma forma que aqui? Será que serei avisada de que chegara o meu fim? Preferindo certamente ser avisada por uma figura angelical, por um signo de amor e de luz; nada de foice, capa preta. Resolvi levantar, esticar as pernas, beber um copo dágua e enfrentar a notícia avassaladora do vazio do meu coração.