terça-feira, 12 de julho de 2011

Pássaro-mulher

Como uma deusa ela se mostrou desencantada em cima de uma árvore. Pássaro-mulher, desceu suave, olho nos olhos. Eu mostrei os braços e ela esticou suas garras afiadas, alisando-me suave, como se fosse pluma…Deu 1/4 de giro e tocou minhas costas…
T E M P O     D E          S E R
Todos se calaram e a bela ave me encantou. Pude finalmente voar, como numa dança. Eu sabia e era toda; revelada, feminina.
Uma sensação indescritível ver o mundo de cima, bailando deusa numa dança sagrada.

Pude ver calmamente o escuro de mim mesma.
E digo sim, poucas palavras, para os que querem ouvir o calar do tempo, a ternura suave de um acalanto, a beleza da alma feminina:
Sentir o corpo em dança, o vento suave na paixão de existir. Fechar os olhos, abrir ao espírito. Deitar no vento morno, na calmaria ancestral, na torrente amorosa do tempo de estar.
Sagrada estação da lua nova. Encho o peito de ar e sopro o eterno que habita o feminino selvagem dentro de mim mesma. Para fora de mim. Uma prece obscura e pagã.

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