sábado, 11 de setembro de 2010

bolinhas ao vento


Rolando centenas de bolinhas brancas minúsculas sobre a ponte. Lá fora o engarrafamento e o vento. Orquestra ensurdecedora de buzinas, confusas e sempre apressadas. Alvoroço.


No carro há 1,5 km daqui o vidro estilhaçado e a morte carregando mais um escolhido, desse mundo repleto de pressa e de barulho.

Talvez, aquele sem nome, atrapalhando o trânsito tenha tido um aviso do que estava para acontecer; o Grand Finale que estava porvir... a sorte sorrateira escapou e adormeceu o tempo...

E assim damos passagem aos anjos que carregam mais uma pessoa desconhecida pra fora do jogo.

Falar de nome, família, compromissos e apontamentos dessa que aqui se foi... A sutileza irônica da vida abraça a crueza elegante da morte, e ambas, bailam a valsa do adeus sem notar as lágrimas e os soluços dos que ficam.

Assim percebo que a lotação está cheia, a lua sumida, o vento forte trazendo o frio e velha dama de negro...os estilhaços de vidro, minúsculos, sobre a ponte...

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