quinta-feira, 31 de março de 2011

Ode a melancolia

Serve-se do meu corpo
Bebe da minha taça
Segue meus passos
 (guia meus passos)
Veste-se de negro nos dias sombrios. 
Desnuda-se de vento nos dias funestos.
Ascende no cigarro 
Contempla o céu cinzento às horas arrastadas de um dia chuvoso.
A bela mulher perde sua forma quando quer
Ganha dimensão etérea
Desliza sobre os pensamentos
De salto alto
Dissolve-se em mais um cigarro…


Mulher
Só 
Mesmo mulher
Secreta, escorregadia
Imagem real 
O outro lado do espelho
Figura ilusória, descampada, desolada, sonsa, encantadora
Fenece entre as estrelas, vaga plena, sorrateira, fértil 
Fantasma assustador
Suspira nos versos de um trovador perdido
Canta na melodia torta das paixões esquecidas
Vaga descoberta 
Arrasta o véu coberto de estrelas…


…Através dos seus lábios…

Palavras faltosas


      Pausas infindáveis


             Ecos silenciosos


...Certos dias…


Perco-me em seus passos




...Através dos seus olhos…


Espelho 
desalmado


Percebo
Recebo
A bela
Encantadora
Assustadora
Mulher



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