domingo, 16 de outubro de 2016

moreninha

Vendaval e tormenta, da ilha ficaram os ossos, nas tarde ensolaradas uma infância vivida entre brisas, marés e soleiras, Menina batendo sandália, tranças molhadas, bicicleta, ferrugem e vela queimando. Ilha bela de sossego e imensidão. Joelho ralado, sorvete melado, cheiro de brisa e embarcação. Um pequeno sopro estalando nuvens, cavalgando entre bonecas e passarinhos. No canto doce da tarde, mergulho nas águas frias e me esquento na pedra moreninha.
 O amor juntou meus pedaços, chegou num sonho, num sorriso, num frio de nuca, até o calcanhar; desceu gelando a espinha, amor de homem, princesa e moreninha. Seus olhos de mar e veste de guerreiro, armadura desbotada, destronado trovador. No peito uma flor, um lenço e um punhal.
Assim foi fincando em mim as sete flechas do meu destino, trouxe uma bússula quebrada, um mastro torto, uma garrafa cheia, repleto de saudade, um violão, uma canção, uma ilha

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